segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Labirinto

De súbito tudo se tornou estranhou.
O ar mais espesso, respirar requer mais esforço.
O barulho do motor do ônibus parado e da música alta do passageiro ao seu lado se tornava ainda mais insuportável.
É preciso desembarcar, pensou.
Decidiu descer.
Com as portas quase se fechando conseguiu esgueirar-se e sair.
Desceu.
Na rua os ruídos das pessoas conversando, o cachorro latindo, dos automóveis... De tudo ao redor perfuravam a cabeça deixando-o enlouquecido.
Estava ofegante, o ar continuava cada vez mais pesado.
Não se sabe mais se anda ou corre.
Está perdido. Perdeu-se o controle.
A vontade é de correr, mas é preciso parar.
Vem a tontura. Parou.
A sensação de desespero tomou conta.
- Porque é assim? Porque acontece?
Sentou no ponto de ônibus, ficou durante alguns minutos olhando ao redor. Olhando com os olhos assustados, pensando em como estava tranqüilamente bem há alguns minutos e de repente todo esse medo, angústia, indefinição...
Uma sensação horrível.
O coração acelerado.
Tenta se acalmar, respirar com mais suavidade.
Consegue.
O medo como que de súbito veio, subitamente some.
Outro ônibus se aproxima.
Este também serve.
Dá o sinal e ele para.
Embarca e segue viagem.