quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Saudades de tempos que não voltam mais

Em um dia chuvoso, andando pelas ruas do Centro, entre aquelas pessoas super apressadas e vendedores ambulantes sempre atentos para "o rapa", cairam na 25 de março.

- Boa tarde, o senhor sabe para qual lado fica o Mercado Municipal?
- Sim, siga em frente e vire a segunda à esquerda.

(...)

Na rua de enfeites natalinos, pensou nas festas que viravam a noite e que, as vezes, acabava tendo que lavar o quintal, pois não tinha sono ou, apenas, para curar a bebedeira.

Logo à frente viu, pela primeira vez - sim, suas visitas nunca tinham dado certo -, o Mercadão e ficou impressionado com sua beleza diante aos outros edíficios ao redor que já estão defasados pelo tempo.

Na rua "K" conheceu o famoso sanduíche de mortadela e enquanto comia olhava ao redor e lembrava de coisas boas. Risadas, conversas, pessoas... Quis que também estivessem ali. Comeria até explodir e conseguiu. O que não era algo tão díficil de acontecer... Teve até espaço para um mousse de chocolate.

A visita o fez voltar no tempo... no tempo que tomava chás gelados com leite no Vale do Anhangabaú; no tempo em que ficava irritadissímo, querendo ir embora rapidamente, na própria 25 de março (que fica próximo ao Mercadão. Se soubesse, ficaria o dia aguardando lá, comendo tudo o que pudesse); lembrou dos natais, dos presentes, da família; de quando a coberta caia sobre seu corpo frio e aquele beijo quentinho na testa de "boa noite, dorme com Deus e com seu anjo da guarda" vinha livrá-lo de qualquer mal.

Lembrou de que, apesar das depressões e pensamentos negativos (e/ou depressiativos), sua vida sempre foi repleta de bençãos e que lembrar-se era o que poderia fazer no presente, pois tudo é cíclico. A vida também é feita de "saudades de tempos que não voltam mais" e que é preciso tentar criar novos momentos inesquecíveis para que ela continue tendo esse valor incomensurável.

(...)

- Obrigado.