quinta-feira, 13 de maio de 2010

Homenagem.

1.60 de altura de beleza morena. Seus dentes são perfeitos, sorriso simétrico. Quando sorri, se formam covinhas milimetricamente desenhadas nas bochechas brilhantes. Daquelas de quem tem a pele boa.

Mulher de personalidade forte. Seu signo é Escorpião e faz jus às suas características. É determinada, ousada, perspicaz e intensa. Tem seu símbolo do zodíaco tatuado nas costas, próximo ao ombro. Ato de ousadia de uma adolescência regada pela contra-cultura e obstinação.

É uma trabalhadora guerreira. Acorda cedo e dorme tarde. Viaja horas, há anos, para chegar ao trabalho e mesmo assim encontra ânimo para ir à festas de amigos aos finais de semana. Nessas festas, dança mal, mas dança. Um charme sem ritmo, ou com o ritmo próprio, não sei. Porém, não faz desfeita à uma boa música. Morro de ciúmes.

Parece 20 anos mais jovem, e é. Não pergunte sua idade. Não revela. Acho que nem mesmo sabe quantas primaveras tem. Cuida-se muito bem para isso. É rodeada de cremes, perfumes e exercícios noturnos, mesmo cansada tem força para manter a forma.

Foi batizada por Maria do Socorro. Homenagem católica de sua mãe, grande mulher também (de sangue quente), à santa Maria do Perpétuo do Socorro. Mas não é santa, é humana e isso a faz perfeita.

Em casa, é mãe, filha, pai e comandante da casa. Faz mágica com suas economias e ainda encontra espaço para suas vaidades.

Enfim... uma mulher apaixonante. De encher os olhos. O amor da minha vida.

A chamo de mãe e sou o único no mundo com esse privilégio.

Recentemente, no dia 9 de maio, domingo e dia das mães, trabalhei bastante (até tarde), mas passei o dia ansioso para vê-la, homenageá-la. Fazia um mês que não nos víamos.

Cheguei e fui recebido pelas reclamações de vovó, que xingava sua filha sobre o fato de não estar presente para receber seu filho, que demora tanto para visita-las. Já estou acostumado e, por isso, não dei muita importância. A mulher da minha vida é indomável. Nenhuma data a seguraria em casa, ainda mais num dia de folga. Além disso, na mesa de jantar, ela tinha deixado seu presente para o filho (sim... no dia dela. Das mães).

Tinha preparado um verdadeiro banquete. Uma mistura de especiarias. Torta, bolo, lasanha, macarrão, arroz, feijão etc. O cardápio de minha casa não é tão rico assim, visto que só sei preparar macarrão, arroz e fritar hambúrgueres. Isso quando acerto.

Imediatamente, quase sem dar atenção aos presentes na casa, corri para a mesa e sentei em meio aquilo tudo. Meus olhos se encheram de lágrimas e a boca começou a salivar incontrolavelmente. Comecei comer desvairadamente. Não sabia nem por onde começar.

De repente ela abre a porta. Linda como sempre. Com aquele olhar de quem tenta disfarçar a alegria e saudade. Corri até a porta, lhe dei um cheiro e falei:
- Oi! Feliz dia das mães!

Ela me abraçou, sorriu timidamente e logo fechou a cara, me olhou de cima a baixo e disse:

- Não coma muito porque você está horrível com esse barrigão! Traduzindo: “Obrigado, meu filho, eu te amo.”

Sorri sem dar atenção a sua represália e voltei para a mesa.