tag:blogger.com,1999:blog-33627462139789584612024-03-12T23:32:19.179-03:00Uns tragos e uns pensamentosSilvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.comBlogger48125tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-71387692730059658052011-08-27T02:21:00.004-03:002011-08-31T20:07:32.117-03:00Durante anos foi educado por filosofias, que talvez não fossem as suas, mas que te ensinaram muito sobre o que és. Nem tudo era verdadade, (ou era, mas nem todas eram aceitas como tal) mas contribuiram para o que achas que sabes do hoje.
<br />
<br />A partir de um tempo, um novo mundo se abre e aprende que nem tudo é conforme a educação formal, ou paternal. Recebestes bagagens de todos os lados. A cada momento aprende algo novo, que o faz pensar de forma distinta sobre aquilo que imaginavas ser, sem ser que o realmente é.
<br />
<br />Recentemente, uma notícia, profecia, o fez sofrer e, talvez, repensar. Por meio de sentimentos (ou sensações) que até então não conhecia.
<br />
<br />Essa bagagem, ou aprendizado, o fez enfrentar de forma racional aquilo que a emoção só permitia pelo coração. Que até então era fácil, pois diretamente (no sentido strictus que isso pode representar) levava para ele de forma leve e aceitável.
<br />
<br />Hoje, não sabes nada sobre o amanhã. Sabes apenas, que a vida é cíclica e inevitável aos olhos. Sabes, porém, que as distâncias são apenas físicas. Que tudo é uma questão de tempo.
<br />
<br />Ou pelo menos quer acreditar nisso.
<br />
<br />Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-41685600332892840772011-05-05T17:04:00.003-03:002011-05-06T00:35:44.316-03:00...Há muito tempo que não dava notícias, mas de repente algo tocou seus pensamentos e resolveu contar um pouco sobre o que aconteceu durante o período em que sumiu sem avisar.<br /><br />Quer dar sinal de vida, mas não sabe por onde começar...<br /><br />Sente de uma forma muito mais evidente as consequências das mudanças que a vida lhe reservou.<br /><br />Muito trabalho, muitos obstáculos e pouco sono (e pouco tempo para tê-lo). Quando encontra por acaso com alguém que fez parte de seu período anterior costuma causar espanto pelas fortes marcas que o tempo tem carimbado em seus traços. Está gordo, o cabelo está caindo, com olheiras e com um ar sempre de quem está demonstrando cansaço.<br /><br />Tem aprendido muito... principalmente com seus deslizes frequentes. <br /><br />Nos últimos dias aconteceram uma das coisas que mais esperava no seu planejamento de vida e, talvez, por isso tenha se motivado a fazer contato. Não imaginava que enquanto tantas coisas marcavam-lhe de forma dura o processo de amadurecimento teria uma coisa tão boa assim o esperando.<br /><br />Está dividido entre a felicidade individual e as tristezas generalizadas a sua volta. Não se sente no direito de gozar de seu momento em respeito a quem merece. <br /><br />Está muito ansioso por suprir as expectativas, aprender e desempenhar bem seu novo papel na vida. Com isso, está muito concentrado e motivado para fazer certo.<br /><br />Mesmo estando sempre tão cansado, dormir já não é tão simples. A noite é quando a saudade dos tempos que não voltam mais o estrangulam. Lembra de muita coisa, mas sempre acaba indo parar nos pensamentos que causam preocupações e tudo fica ainda mais díficil.<br /><br />Sabe que tudo isso dará força e por isso enfrenta com suas armas, confiante na vitória.<br /><br />Seu amor pela família tem crescido cada dia mais e esse amor o completa e dá força para não desistir e não se entregar em meio a tanta coisa louca. Tem certeza que as coisas boas só aconteceram devido as boas energias, amor e cuidado que seus entes queridos lhe enviam todos os dias, iluminando seus passos.<br /><br />Sente saudade dos velhos amigos. Daqueles que estão bem longe. <br /><br />Sente-se individado com eles, mas não consegue entrar em contato. Cansou de cansar seus queridos companheiros com suas preocupações... Na verdade, sabe que a vida está num momento díficil e delicado e não quer ter que ficar explicando muito tudo isso, mesmo sabendo que eles só o fariam o bem.<br /><br />Hoje descobriu um novo escritor (jornalista, colunista, articulista, reclamão... tanto faz) e sentiu muita saudade das tardes de domingo. Saudades do cara que Desconfia de Tudo! Que desconfiava dele, confiou e se decepcionou.<br /><br />Tem conhecido muitas coisas novas. Muita gente. Muita energia nova (boas e ruins).<br /><br />Tem sentido que existe uma semente que está se desenvolvendo em seu coração. Uma busca. Talvez, um destino.<br /><br />Apesar de todos os erros e tentativas de remediá-los, a cada dia acorda mais maduro. Sua visão sobre as coisas tem se transformado a cada momento, mas isso não assusta mais como antes.Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-72982961739566628402011-01-19T22:25:00.003-02:002011-01-19T22:34:05.308-02:00Indicação<a href="http://www.transversais.blogspot.com"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_bQsshuBio-4/TTeCZUjo4yI/AAAAAAAAARk/wQEyUpzNZ2A/s1600/transversais_blogspot.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 55px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_bQsshuBio-4/TTeCZUjo4yI/AAAAAAAAARk/wQEyUpzNZ2A/s400/transversais_blogspot.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5564059236166066978" /></a></a><br />Faz tempo que não publico nada de novo por aqui. <br /><br />Talvez ninguém nem mais entre nesse blog, rs.<br /><br />Mas hoje resolvi postar uma indicação de um novo blogspot.<br /><br />Fui convidado pelo meu compadre Carlos Assis a fazer parte de um grupo disposto a propor discussões sobre temas que são expostos quase todos os dias em nossos veículos de comunicação como meros personagens do Showrnalismo praticado em nosso país.<br />A proposta é tentar dar a atenção devida para determinados acontecimentos (ou futuros aocntecimentos) ou pelo menos não deixá-los esquecidos de alguma forma.<br />A idéia não é fazer algo novo, outros meios também discutem esses temas, mas é agregar mais um canal disposto a falar, escutar e fazer pensar sobre acontecimentos quase diários em nossa sociedade.<br /><br />Fica então minha indicação e pedido para que percam alguns minutos de seu tempo acessando e quem sabe participando de algo que interesse.<br /><br /><a href="http://www.transversais.blogspot.com">www.transversais.blogspot.com</a>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-32655169702529125272010-10-04T22:53:00.005-03:002010-10-04T22:59:51.230-03:00Quer saber o porque?<object width="500" height="306"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/F_60QsDy_qw?fs=1&hl=en_US&color1=0x2b405b&color2=0x6b8ab6"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/F_60QsDy_qw?fs=1&hl=en_US&color1=0x2b405b&color2=0x6b8ab6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="500" height="306"></embed></object><br /><br /><br />Porque "pior do que tá não fica".<br /><br /><br /><br /><br />Absurdo!Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-60170696071924555742010-10-02T02:14:00.003-03:002010-10-15T23:55:57.321-03:00O que me faz escrever hoje?<br /><br /><span style="font-style:italic;">Na verdade não sei.</span><br /><br />Talvez o fato de que hoje foi um dia produtivo. Não no sentido “mais valia” da afirmação. Se bem, que foi. Trabalhei bastante e como diriam meus antigos amigos de cartório: “Fiz três reconhecimentos de firma por autenticidade e isso já paga meu dia”. <br /><br />Na verdade, acho que o dia valeu a pena porque foi um dia leve. <br /><br /><span style="font-style:italic;">No trabalho e faculdade, cumpri o “protocolo”. </span><br /><br />Depois disso, sentei numa mesa de bar, como de costume em minhas sextas-feiras, e aprendi um pouco de vida. <br /><br /><span style="font-style:italic;">Há como gosto disso...<br /></span><br />Uma boa conversa, com boas pessoas... Aliás, com pessoas boas. <br />"Decodificar" aquele que, diariamente, está ali ao seu lado e que nunca parou para pensar, mas que seria - com certeza e facilmente - uma boa pauta é muito revelador. O intríseco, o idiossincrático, das pessoas é sempre muito rico.<br /><span style="font-style:italic;"><br />Na verdade, todos nós somos ilhas e, por isso, todos temos uma boa pauta dentro si. </span><br /><br />Porém, não se trata apenas de uma visão "pseudo-jornalistíca" da história. O bom, o edificante e que ensina, é ver com olhos de Amélie Poulain o que cada um tem de simples, honesto e profundo para nos oferecer. <br /><span style="font-style:italic;"><br />Sou muito grato por esse momento.</span><br /><br />Parece que o destino sempre me apresenta pessoas que aparecem em momentos chaves para ensinar algo. Ou, pelo menos, para me fazer pensar sobre algo.<br /><span style="font-style:italic;"><br />Que me faça escrever, por exemplo. Pois, quando escrevo, penso... <br /><br />Uns tragos e uns pensamentos. </span><br /><br />E gosto assim, com a educação não formal. Aquela que não é fiel a conteúdo programático. <br /><span style="font-style:italic;"><br />Aquela que me ensina, por essência, simplesmente porque tenho que aprender.</span><br /><br />...<br /><br />Hoje, tive uma aula de Economia e Política relacionada às “Políticas Fiscais Restritivas ou Recessivas”, que explicou que os Estados planejam movimentações políticos-econômicas para diminuir a inflação. Basicamente: "como controlar um país economicamente".<br /><br /><span style="font-style:italic;">Enfim...</span><br /><br />Acho que entendi bem a matéria, no entanto, uma coisa martelou... Uma frase, na verdade:<br />“Sempre podemos produzir mais”.<br /><span style="font-style:italic;"><br />Tudo bem... Mas o que isso está relacionado ao que escrevo agora?</span><br /><br />Pelo o seguinte: partindo para o eu, aprendi – no bar – que exercemos, também, essa “política de produção”. Nunca estamos realizados (ou bem) o suficiente para deixarmos de produzir. Ou seja, é sempre fundamental buscarmos aprender mais para nos desenvolvermos enquanto homens. <br /><br />Concluindo:<br /><br />Além de ter entendido a aula de economia, tive – no bar (mais uma vez) – a conclusão de que aprendemos e evoluimos sempre na vida como um todo.<br /><br />...<br /><br />Agradeço sempre - quando não estou mal o bastante para, egoistamente, esquecer – ao que Ele me proporciona e, por isso também, sei que as dificuldades e noites mal dormidas são como aprendizado para algo maior (ou, para algo que eu planeje).<br /><br />...<br /><br /><span style="font-style:italic;">Fazia tempo que não escrevia em primeira pessoa.</span><br /><br />...<br /><br />Cheguei em casa, acendi um cigarro (esse que está com os dias contados, pois quero parar de fumar e provavelmente – se realmente conseguir parar – mudarei o nome do blog, rs), traguei e pensei.<br /><br />Resolvi dividir.<br /><br />...<br /><br />É isso... já escrevei o bastante.<br /><br />Obrigado pela companhia.Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-699276181984629952010-09-20T23:46:00.001-03:002010-09-20T23:48:24.284-03:00A Função da Arte"Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.<br />Viajaram para o Sul.<br />Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.<br />Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.<br />E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:<br />- Pai me ajuda a olhar!"<br />(Eduardo Galeano - extraído do Livro dos abraços)Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-1063172873630967072010-09-15T00:35:00.004-03:002010-09-15T00:40:37.695-03:00Eu tenho um mosquito.Depois de dias intermináveis, insurpotáveis por natureza:<br /><br />Crápula! <br />As roupas... as louças...Desânimo.<br /><br />Acordando e dormindo metamorfoseado, uma barata kafkiana, apareceu uma companhia chata... que não foi convidado.<br /><br /><br />É tipo aqueles mosquitinhos de banheiro, sabe?<br /><br /><br />É a louça, mas não quero levantar da cama. Deixe-me aqui polanskiando. Saia!<br /><br />Mas não vai embora.<br /><br />Há... já me acostumei com a presença dele. Faz zig-zag quando está para morrer. Desisto.<br /><br />Deixa ele. <br /><br />Amanhã eu pego.<br /><br />Praticamente um amigo.<br /><br />É... Eu tenho um mosquito.Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-49106954873597477072010-08-25T00:04:00.002-03:002010-08-25T00:16:54.844-03:00Impensado, pensante<br /><br />Amedronta<br /><br />Insistente, constante<br /><br /><br /><br />Inexistência de repouso <br /><br />Sufocante<br /><br />Aterroriza, enlouquece<br /><br />ConsomeSilvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-36743723682460695472010-08-12T23:05:00.004-03:002010-08-14T21:10:13.218-03:00Uns tragos e uns pensamentosA partir de suas idiossincrasias decidiu parar de lamentar, planejar e idealizar uma vida que considerava como a ideal ou que o completaria mais para seguir o caminho dos ventos para conhecer, viver e desmistificar. <br /><br />Só que dessa vez quer fazer sozinho. Está ansioso...Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-32975060248247772172010-07-31T00:43:00.001-03:002010-07-31T00:47:54.428-03:00Com um ar triste e cansada, Verônica pergunta ao seu amigo Sávio:<br /><br />- Afinal, o que é ser livre? Ter um trabalho e ter independência financeira para pagar as próprias contas é sinônimo de liberdade? <br /><br />- Você e essas questões não cansam de dançarem juntas, não é mesmo? <br /><br />- Não ter hora pra ir e voltar, não ter que pedir permissões, não se preocupar em arrumar a cama, lavar as louças, as roupas, ou varrer o chão pois pode-se resolver fazer quando quiser, como se fosse senhor do próprio tempo. Do que adianta tudo isso se ainda existe uma prisão nos pensamentos?<br /><br />- Essa conquista, a liberdade dentro de cada um, é que pode ser a tal liberdade de que você tanto procura. <br /><br />- Gostaria de gozar dela ao menos uma vez e tenho buscado isso com todas as minhas forças. Sinto progressos imensuráveis e sinto-me momentaneamente satisfeita por isso. Porém, quero muito mais, quero poder saber onde piso e porque piso. Quero aprender novamente, quero ter novas experiências da minha maneira e ao meu tempo.<br /><br />- Essa procura não é só sua, sabia? Não fiques tão aflita. Além disso, acho que essa resposta é um dos sentidos de nossa existência. Muita gente pensa como você, outras acham que já a dominam - alguns até que podem ter alcançado - e tem também aqueles que apenas vivem, não se preocupam tanto com essa conquista. Em alguns casos, ela até vem por conta própria. Faça isso. Viva, Verônica. Esqueça um pouco, se prive menos.<br /><br />Após alguns minutos pensando em silêncio, com a cabeça levemente abaixada e num tom sério, já se virando para sair, ela responde:<br /><br />- Estou tentando Sávio.Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-9906880713723256612010-05-13T22:24:00.002-03:002010-05-13T22:34:09.720-03:00Homenagem.1.60 de altura de beleza morena. Seus dentes são perfeitos, sorriso simétrico. Quando sorri, se formam covinhas milimetricamente desenhadas nas bochechas brilhantes. Daquelas de quem tem a pele boa.<br /><br />Mulher de personalidade forte. Seu signo é Escorpião e faz jus às suas características. É determinada, ousada, perspicaz e intensa. Tem seu símbolo do zodíaco tatuado nas costas, próximo ao ombro. Ato de ousadia de uma adolescência regada pela contra-cultura e obstinação.<br /><br />É uma trabalhadora guerreira. Acorda cedo e dorme tarde. Viaja horas, há anos, para chegar ao trabalho e mesmo assim encontra ânimo para ir à festas de amigos aos finais de semana. Nessas festas, dança mal, mas dança. Um charme sem ritmo, ou com o ritmo próprio, não sei. Porém, não faz desfeita à uma boa música. Morro de ciúmes. <br /><br />Parece 20 anos mais jovem, e é. Não pergunte sua idade. Não revela. Acho que nem mesmo sabe quantas primaveras tem. Cuida-se muito bem para isso. É rodeada de cremes, perfumes e exercícios noturnos, mesmo cansada tem força para manter a forma. <br /><br />Foi batizada por Maria do Socorro. Homenagem católica de sua mãe, grande mulher também (de sangue quente), à santa Maria do Perpétuo do Socorro. Mas não é santa, é humana e isso a faz perfeita.<br /><br />Em casa, é mãe, filha, pai e comandante da casa. Faz mágica com suas economias e ainda encontra espaço para suas vaidades.<br /><br />Enfim... uma mulher apaixonante. De encher os olhos. O amor da minha vida.<br /><br />A chamo de mãe e sou o único no mundo com esse privilégio.<br /><br />Recentemente, no dia 9 de maio, domingo e dia das mães, trabalhei bastante (até tarde), mas passei o dia ansioso para vê-la, homenageá-la. Fazia um mês que não nos víamos. <br /><br />Cheguei e fui recebido pelas reclamações de vovó, que xingava sua filha sobre o fato de não estar presente para receber seu filho, que demora tanto para visita-las. Já estou acostumado e, por isso, não dei muita importância. A mulher da minha vida é indomável. Nenhuma data a seguraria em casa, ainda mais num dia de folga. Além disso, na mesa de jantar, ela tinha deixado seu presente para o filho (sim... no dia dela. Das mães). <br /><br />Tinha preparado um verdadeiro banquete. Uma mistura de especiarias. Torta, bolo, lasanha, macarrão, arroz, feijão etc. O cardápio de minha casa não é tão rico assim, visto que só sei preparar macarrão, arroz e fritar hambúrgueres. Isso quando acerto.<br /><br />Imediatamente, quase sem dar atenção aos presentes na casa, corri para a mesa e sentei em meio aquilo tudo. Meus olhos se encheram de lágrimas e a boca começou a salivar incontrolavelmente. Comecei comer desvairadamente. Não sabia nem por onde começar.<br /><br />De repente ela abre a porta. Linda como sempre. Com aquele olhar de quem tenta disfarçar a alegria e saudade. Corri até a porta, lhe dei um cheiro e falei:<br />- Oi! Feliz dia das mães!<br /><br />Ela me abraçou, sorriu timidamente e logo fechou a cara, me olhou de cima a baixo e disse:<br /><br />- Não coma muito porque você está horrível com esse barrigão! Traduzindo: “Obrigado, meu filho, eu te amo.”<br /><br />Sorri sem dar atenção a sua represália e voltei para a mesa.Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-11698787152913333462010-04-11T02:36:00.002-03:002010-04-11T02:37:24.009-03:00DevaneiosTomando vinho barato, num copo americano, após de ter ganhado uma luta contra a garrafa, que lhe deu um banho por não tinha abridor tendo que pressionar a rolha para dentro do vasilhame, sentou e acendeu um cigarro.<br /><br />Deu uns tragos e surgiram uns pensamentos.<br /><br />Pensava na sua trajetória até o presente momento. Relacionou seus pensamentos à conversa com a pessoa excêntrica que conversara há pouco.<br /><br />Vive um momento triste de sua vida e não encontra resposta para tal. És bem sucedido no trabalho, com os estudos as coisas caminham bem, além de estar cercado de boas amizades. <br /><br />Realiza um sonho de criança e mesmo assim sente um vazio incomensurável. Hoje, acordou como Gregor Samsa em Metamorfose de Franz Kafka.<br /><br />Passou o dia deitado, ouvindo as músicas de artistas que nunca faltam nesses momentos de tristeza e solidão. Aqueles maldosos, que ele mesmo escolhe, que dizem: “Vai querido, fique pior”.<br /><br />Hoje pensou nos signos que a vida traz, na importância de ser grato com as coisas que Deus lhe dá, mesmo as não tão boas assim. Essas, são colocadas em sua vida para lhe trazer algum ensinamento, fazê-lo amadurecer em algum aspecto. É grato pelas coisas ruins também.<br /><br />Lembrou de acontecimentos importantes, que marcaram sua vida e que o fizeram outra pessoa a partir do fato, como quando assistiu o documentário “Ilha das Flores” e passou a jogar comida em sacolas plásticas nos lixos pensando que estaria ajudando pessoas sem condições a comer uma comida protegida, sem contaminações ou depois do dia em que terminou de ler o livro “O Abusado” e tomou a decisão de que profissão pleitearia para sua vida ou até depois do dia que alguém (aquele que hoje é referência em sua vida) lhe indicou “Crime e Castigo”, posteriormente convidando-o a fazer parte do projeto embrião (que não nasceu) chamado NAIPE (Núcleo de Ação Independente de Pensar e se Expressar), virando, depois, “Ruderais” (que também não nasceu, rs).<br /><br />Enfim, os pensamentos lhe chegam como tufões e o saudosismo, saudade e otimismo, lhe tomam as vistas. Não sabe muito bem onde quer chegar. Apenas quer agradecer e dizer que ama sua vida e as pessoas que tem importância nela.<br /><br />Lembrou de algumas frases como: “neguinho”, “quero chorar o seu choro, quero sorrir seu sorriso...”, “dorme com Deus e seu anjo da guarda”, “filho”, “seu gordo”, “vó, é mãe duas vezes”, “e aí maluco”, “vivinho”, “que Deus e Nossa Senhora te acompanhe”, “Estou sem tempo... me diga logo... anda, diga...”.<br /><br />Talvez porque já esteja sob efeito do vinho barato ou talvez porque seu copo já está vazio e está ansioso para enchê-lo, parou. Sublimou. <br /><br />E é isso... parou de pensar, ou de tentar alinhar os pensamentos. Abriu um sorriso tímido, colocou uma blusa, um chinelo e foi encher seu copo. Provavelmente tomará uma garrafa inteira.Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-67931514379320200162010-03-29T19:43:00.002-03:002010-03-29T19:47:33.071-03:00Clássicos da LiteraturaPostagem tirada do blog Sétima Aula.<br /><a href="http://setimaaula.blogspot.com/">http://setimaaula.blogspot.com/</a><br /><br /><br /><br />Miguel de Cervantes, Oscar Wilde, Dostoievski, Homero e Euclides da cunha são alguns dos grandes autores da nova coleção da Abril, Clássicos Abril Coleções, que traz os grandes nomes em contos, poesia, romance e teatro da literatura mundial.<br /><br />A coleção, formada por 30 obras em 35 volumes luxuosos, tem capa dura em tecido e miolo em papel nobre, e cada livro vem acompanhado por um caderno de 16 páginas com informações sobre o autor e sua obra. Além disso, todos os livros estão de acordo com a nova ortografia da língua portuguesa.<br /><br />O lançamento da coleção ocorrerá em fases: em 26 de fevereiro nos Estados de SP e RJ, e em maio nos outros Estados. Um volume novo chegará às bancas toda semana, mas é importante lembrar que cinco das 30 obras estarão divididas em dois volumes. São elas: Crime e castigo, Dom Quixote, Moby Dick, Ilusões perdidas e Os sertões. A edição de lançamento, de Crime e castigo, trará os dois volumes pelo preço de um: R$ 14,90. Todos os demais volumes serão vendidos por R$ 14,90 individualmente.<br /><br />fonte: <a href="http://www.dinap.com.br/site/noticias/conteudo_394212.shtml">http://www.dinap.com.br/site/noticias/conteudo_394212.shtml</a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_WiqXE8aoek4/S4kjKkuCXFI/AAAAAAAAAQY/ZVPzEhiv8uc/s1600-h/abril.jpg"></a><br /><br />A coleção completa:<br /><br />Vol 1) Crime e castigo - vol. I, Fiódor Dostoiévski<br />Vol 2) Crime e castigo - vol. II, Fiódor Dostoiévski<br />Vol 3) Madame Bovary, Gustave Flaubert<br />Vol 4) O retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde<br />Vol 5) Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis<br />Vol 6) A divina comédia - Inferno, Dante Alighieri<br />Vol 7) Os sofrimentos do jovem Werther, J.W. Goethe<br />Vol 8) O engenhoso fidalgo D. Quixote da Mancha - vol. I, Miguel de Cervantes<br />Vol 9) O engenhoso fidalgo D. Quixote da Mancha - vol. II, Miguel de Cervantes<br />Vol 10) Hamlet, Rei Lear e Macbeth, William Shakespeare<br />Vol 11) Ilusões perdidas - vol. I, Honoré de Balzac<br />Vol 12) Ilusões perdidas - vol. II, Honoré de Balzac<br />Vol 13) Orgulho e preconceito, Jane Austen<br />Vol 14) O primo Basílio, Eça de Queirós<br />Vol 15) Moby Dick - vol. I, Herman Melville<br />Vol 16) Moby Dick - vol. II, Herman Melville<br />Vol 17) O falecido Mattia Pascal, Luigi Pirandello<br />Vol 18) O homem que queria ser rei e outras histórias, Rudyard Kipling<br />Vol 19) Os lusíadas, Luís de Camões<br />Vol 20) A metamorfose, Franz Kafka<br />Vol 21) Outra volta do parafuso, Henry James<br />Vol 22) O assassinato e outras histórias, Antón Tchekhov<br />Vol 23) O morro dos ventos uivantes, Emily Brontë<br />Vol 24) Mensagem, Fernando Pessoa<br />Vol 25) Coração das trevas, Joseph Conrad<br />Vol 26) O vermelho e o negro, Stendhal<br />Vol 27) Cândido, Voltaire<br />Vol 28) Os Malavoglia, Giovanni Verga<br />Vol 29) Os sertões - vol. I, Euclides da Cunha<br />Vol 30) Os sertões - vol. II, Euclides da Cunha<br />Vol 31) Contos de amor, de loucura e de morte, Horacio Quiroga<br />Vol 32) Infância, Maksim Górki<br />Vol 33) Grandes esperanças, Charles Dickens<br />Vol 34) No caminho de Swann, Marcel Proust<br />Vol 35) Odisseia, HomeroSilvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-52210059643953746602009-12-25T00:23:00.003-02:002009-12-25T00:33:27.979-02:00Natal...Hoje é dia de esticar a lona no quintal dos fundos e começar os preparativos para a festa de logo a noite.<br /><br />Cada um traz sua contribuição e, quando menos se espera, ve-se a mesa farta, cheia de iguarias.<br /><br />É dia, também, da entrega do presente ao seu amigo oculto. A família e agregados, em roda, amontoados na sala ficam disputando para ver quem consegue advinhar o maior número de "amigos" e ansiosos para ver os que esses ganharam.<br /><br />Logo depois, é hora de ligar o Karaokê e começar a festa sem previsão de término.<br /><br />As crianças dormem em meio a bagunça e perto do amanhacer do dia, os bêbados também escolhem um cantinho. Afinal, ainda terá o almoço de amanhã.<br /><br />Vem o almoço... todo mundo de ressaca. A mulherada volta com o multirão para lavar as louças e remontar a mesa, com aquilo que não foi consumido no dia anterior.<br /><br />Alguns aparecem com os presentes da noite anterior e recomeça a festa.<br /><br />Agora com tempo de término, final alguns precisam trabalhar para garantir a festa do próximo ano.<br /><br />Esse é o Natal de algumas famílias, tempo de esquecer as inimizades, dividas e infelicidades para comemorar todos juntos, e receber a benção da reza da avó antes do alimento.<br /><br />Outros Natais não são tão felizes... mas isso não vem ao caso.<br /><br />Feliz Natal a todos.Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-2785218930138234862009-12-13T21:31:00.001-02:002009-12-13T21:32:46.566-02:00Morre Lentamente - Pablo Neruda<span style="font-style: italic;">"Quem morre?</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Morre lentamente </span><br /><span style="font-style: italic;">quem se transforma em escravo do hábito, </span><br /><span style="font-style: italic;">repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca </span><br /><span style="font-style: italic;">Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. </span><br /><span style="font-style: italic;">Morre lentamente </span><br /><span style="font-style: italic;">quem faz da televisão o seu guru. </span><br /><span style="font-style: italic;">Morre lentamente </span><br /><span style="font-style: italic;">quem evita uma paixão, </span><br /><span style="font-style: italic;">quem prefere o preto no branco</span><br /><span style="font-style: italic;">e os pingos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, </span><br /><span style="font-style: italic;">justamente as que resgatam o brilho dos olhos, </span><br /><span style="font-style: italic;">sorrisos dos bocejos, </span><br /><span style="font-style: italic;">corações aos tropeços e sentimentos. </span><br /><span style="font-style: italic;">Morre lentamente </span><br /><span style="font-style: italic;">quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, </span><br /><span style="font-style: italic;">quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, </span><br /><span style="font-style: italic;">quem não se permite pelo menos uma vez na vida, </span><br /><span style="font-style: italic;">fugir dos conselhos sensatos. </span><br /><span style="font-style: italic;">Morre lentamente </span><br /><span style="font-style: italic;">quem não viaja, </span><br /><span style="font-style: italic;">quem não lê, </span><br /><span style="font-style: italic;">quem não ouve música, </span><br /><span style="font-style: italic;">quem não encontra graça em si mesmo. </span><br /><span style="font-style: italic;">Morre lentamente </span><br /><span style="font-style: italic;">quem destrói o seu amor-próprio, </span><br /><span style="font-style: italic;">quem não se deixa ajudar. </span><br /><span style="font-style: italic;">Morre lentamente, </span><br /><span style="font-style: italic;">quem passa os dias queixando-se da sua má sorte </span><br /><span style="font-style: italic;">ou da chuva incessante. </span><br /><span style="font-style: italic;">Morre lentamente, </span><br /><span style="font-style: italic;">quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, </span><br /><span style="font-style: italic;">não pergunta sobre um assunto que desconhece </span><br /><span style="font-style: italic;">ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. </span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Evitemos a morte em doses suaves, </span><br /><span style="font-style: italic;">recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior </span><br /><span style="font-style: italic;">que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos </span><br /><span style="font-style: italic;">um estágio esplêndido de felicidade."</span>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-51159157806287981252009-11-05T23:55:00.003-02:002009-11-06T00:21:36.185-02:00A última volta.<div style="text-align: justify;">Desceu do ônibus olhando seu relógio no pulso esquerdo - com a mão direita segurava um livro de capa branca e amarela -, já passava da meia noite. Atravessou a avenida e seguiu equilibrando-se no meio fio para não ter que andar na via ou na poça de barro que a recente chuva formara na calçada, em forma de armadilha para seu tênis relativamente novo.<br /><br />Dobrou à direita e a sua frente apenas as luzes amareladas da rua, em declive, o acompanhavam. Virou à direita novamente, com sofreguidão e apreensivo apertou os passos discretamente. Queria chegar logo em casa. De repente, ouviu o motor da moto se aproximando: sabia que não deveria estar aquela hora na rua. Quando o som já se fazia praticamente ao seu lado, notou que o motorista reduziu a potência do motor para emparelhar a motocicleta. Ouviu-se um único disparo, seco.<br /><br />Não quiseram acertar-lhe pelas costas, atiraram a queima-roupa na região do peito. Foi muito rápido, não teve tempo de fechar os olhos, caiu para trás com eles abertos e só conseguiu pensar em olhar para o céu. Naquela noite quente, ela estava lá, e chorava com a cena: a lua.<br /><br />Começou a chover fino, e antes que perdesse totalmente os sentidos, viu um rato atravessar a rua correndo, enquanto a moto se perdia na escuridão que nem ela poderia voltar a iluminar.<br /></div>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-20725367844540063792009-10-15T21:28:00.004-03:002009-10-16T11:07:03.042-03:00Saudades de tempos que não voltam mais<div style="text-align: justify;">Em um dia chuvoso, andando pelas ruas do Centro, entre aquelas pessoas super apressadas e vendedores ambulantes sempre atentos para "o rapa", cairam na 25 de março.<br /><br />- Boa tarde, o senhor sabe para qual lado fica o Mercado Municipal?<br />- Sim, siga em frente e vire a segunda à esquerda.<br /><br />(...)<br /><br />Na rua de enfeites natalinos, pensou nas festas que viravam a noite e que, as vezes, acabava tendo que lavar o quintal, pois não tinha sono ou, apenas, para curar a bebedeira.<br /><br />Logo à frente viu, pela primeira vez - sim, suas visitas nunca tinham dado certo -, o Mercadão e ficou impressionado com sua beleza diante aos outros edíficios ao redor que já estão defasados pelo tempo.<br /><br />Na rua "K" conheceu o famoso sanduíche de mortadela e enquanto comia olhava ao redor e lembrava de coisas boas. Risadas, conversas, pessoas... Quis que também estivessem ali. Comeria até explodir e conseguiu. O que não era algo tão díficil de acontecer... Teve até espaço para um mousse de chocolate.<br /><br />A visita o fez voltar no tempo... no tempo que tomava chás gelados com leite no Vale do Anhangabaú; no tempo em que ficava irritadissímo, querendo ir embora rapidamente, na própria 25 de março (que fica próximo ao Mercadão. Se soubesse, ficaria o dia aguardando lá, comendo tudo o que pudesse); lembrou dos natais, dos presentes, da família; de quando a coberta caia sobre seu corpo frio e aquele beijo quentinho na testa de "boa noite, dorme com Deus e com seu anjo da guarda" vinha livrá-lo de qualquer mal.<br /><br />Lembrou de que, apesar das depressões e pensamentos negativos (e/ou depressiativos), sua vida sempre foi repleta de bençãos e que lembrar-se era o que poderia fazer no presente, pois tudo é cíclico. A vida também é feita de "saudades de tempos que não voltam mais" e que é preciso tentar criar novos momentos inesquecíveis para que ela continue tendo esse valor incomensurável.<br /><br />(...)<br /><br />- Obrigado.<br /></div>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-19197202415487056352009-07-20T10:10:00.005-03:002009-07-20T10:45:17.521-03:00Capítulo 1<div style="text-align: justify;">Subiu as escadas com as mão suadas, apesar do frio, fechando o guarda-chuva às pressas e pensando no que ia dizer, se estava vestido adequadamente e como seria sua vida de trabalhador dali para frente. Entrou e se identificou no balcão de informações como o candidato à vaga de auxiliar. Pediram para que aguardasse alguns minutos.<br />O cartório estava cheio, com calafrios no estomâgo, sua visão periférica estava temporariamente desativada e não encontrou nenhum lugar para se sentar. Ficou de pé em frente a porta e ao balcão de atendimento (autenticações e reconhecimento de firma).<br />Notou que os funcionários, lá do outro lado, o olhavam com curiosidade, faziam comentários e sorriam. Ficou mais inseguro e sua gastrite nervosa, que não falta em ocasiões como essa, se manifestou. Tentava adivinhar do que riam, achava que era por causa da roupa. Não se sentia avontade em roupas sociais e saiu de casa acreditando que estava bem vestido com sua mais bela calça, verde musgo, de barra italiana, pois a outra - só tinha duas - era preta e estava desbotada, além de apertada. Sua camisa era cinza e brilhava, era de seda, usava-a para ir às baladas da época que exigiam esporte fino e não autorizavam a entrada com boné, seu melhor amigo. Por alguns instantes pensou que era por isso que riam, sem o boné bordô ou o azul, ficava totalmente nú, com aquele cabelo disforme e crespo.<br />Depois achou que não era aquilo, tinha cortado há poucos dias, raspado na máquina nº2 e eles não o conheciam com ou sem o adereço, sua segunda pele, não poderiam achar tão estranho, a ponto de rir, pois era o primeiro contato.<br />seus pensamentos voltaram-se à sombrinha preta que pingava desenfreadamente no chão do recinto e que tinha uma aste quebrada, não dobrava, o que a deixava praticamente aberta, mesmo estando fechada.<br />Sentia suas orelhas quentes e não aguentava mais aquela situação, queria ser chamado logo para a entrevista, para terminar logo com a agonia.<br />Olhava disfarçadamente para cada rosto que o olhava do outro lado, através dos quadrados do balcão e após alguns longos minutos foi chamado para sentar-se na mesa de procurações, em breve começaria a entrevista com o oficial...</div>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-40018275019045780992009-07-03T20:34:00.000-03:002009-07-03T20:35:15.723-03:00<div align="justify">Os últimos dias foram difíceis, por motivos evidentes e subliminares. No alto da colina, em época de vento forte e frio com sensações térmicas além do que realmente esta, saiu à varanda de madeira, enrolado em sua coberta com estampa xadrez, com um cigarro no beiço e uma xícara de café, enfrentando de maneira pouco sábia, seu resfriado que nunca falta à visita de velho companheiro dos invernos de “peito cheio”.<br />Olhava para onde não tinha o que ver devido à ausência de luz e relembrava com um sentimento que palavras não explicam, sua juventude turbulenta.<br />Recordava das amizades, dos lugares, dos amores, dos romances, dos livros e de tudo o que influenciou sua vida e suas crenças. Alguns pensamentos traziam mais saudades do que outros, mas se tivesse uma nova oportunidade faria de maneira diferente. Só para ver onde estaria hoje. Queria saber se o sentido que buscava há tantos anos atrás fosse realmente a solidão que daria a resposta vã.<br />O cigarro já estava no fim, restava-lhe poucos tragos, não mais que dois, quando lembrou da vidente que passará por seu caminho em uma tarde ensolarada de um verão distante, quando ainda jovem, jogava futebol com seus amigos, que não sabe se estão vivos e que, conseqüentemente, tem ainda menos informações sobre seu paradeiro. Ela parou o garoto e suas palavras emocionadas nunca saíram de sua cabeça confusa. Disse que, infelizmente, morreria cedo, porém pela ética da profissão, não quis dizer qual seria a causa, para isso, era necessário que pagasse pelo serviço espiritual. Sem dinheiro, como sempre, bastou saber que não viveria muito e saiu.<br />A tosse já fazia ruídos à comunicação interna e decidiu voltar para perto da lareira, lá o clima era mais agradável. Antes de entrar, dando o terceiro trago no cigarro que já quase queimava seus lábios, pensou que se talvez não tivesse fugido e se escondido nas colinas distantes da civilização, já tivesse passado de plano e a vidente teria acertado em sua previsão, que não era de todo erro, pois já não se pode afirmar que está vivo, apenas espera a morte chegar. Sua covardia não permite que faça isso com suas próprias mãos.</div>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-59193102769459619582009-06-22T19:15:00.005-03:002009-06-29T21:52:16.006-03:00<div style="text-align: justify;"><span style="color: rgb(255, 255, 255);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"></span>"Você quer fogo? Como suporta a batalha contra o cigarro? ... Eu não suportei e desisti. Não do cigarro, mas da batalha. Um dia temos de pesar isso também. A gente calcula se vale a pena viver cinco ou dez anos a mais, sem o cigarro, ou se nos entregamos a essa obsessão vergonhosa, mesquinha, que mata, mas que até então preenche a vida com uma substância única, pacificadora e instigante. Depois dos cinquenta anos ela passa a ser uma das questões sérias da vida. Eu a resolvi, entre espasmos coronários, com a decisão de que vou levar o cigarro até o fim da vida. Não vou abrir mão do veneno amargo, porque não vale a pena. Você diz que não é tão difícil parar? ... É claro que não. Eu também parei, mais de uma vez, enquanto valeu a pena. Só que o dia todo passava com o registro de que eu não fumara. temos de encarar isso de frente um dia. Precisamos nos conformar com o fato de que não suportamos alguma coisa, precisamos de substâncias narcotizantes, e temos de pagar o preço delas. Fica tudo mais simples. A isso dizem: "Você não tem coragem". E eu respondo: "Pode ser que eu não tenha coragem, mas também não sou covarde, porque tenho coragem para aceitar minha obsessão"". (Sándor Márai, p. 164 - As Brasas).</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">Engraçado... não consigo, e nem sinto muita vontade de, fumar há uns três dias.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);"></span></span><span style="color: rgb(255, 255, 255);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Infelizmente, </span></span><span style="color: rgb(255, 255, 255);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">voltei a fumar muito após os três dias. </span><br /></span></div>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-24019473328013465612009-06-22T19:13:00.000-03:002009-06-22T19:14:39.797-03:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_bQsshuBio-4/SkACRJFw2CI/AAAAAAAAANc/SYUPdi40Z8M/s1600-h/Charles_Chaplin.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 245px; height: 400px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_bQsshuBio-4/SkACRJFw2CI/AAAAAAAAANc/SYUPdi40Z8M/s400/Charles_Chaplin.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5350278850837272610" border="0" /></a>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-20425335516319695682009-05-22T01:35:00.001-03:002009-05-22T01:36:34.652-03:00Eu tenho um amigo, por Carlos Henrique de Castro Assis<div style="text-align: justify;">Eu tenho um amigo que, para a sua própria sorte, não nasceu no final do século XVIII, ou durante o XIX. Se assim o destino tivesse escolhido, acredito que com a idade que tem hoje já seria um velho, restando para ele pouco tempo entre os vivos. Como sofre de romantismo, padeceria vítima do mal do século. Claro que o romantismo do qual é vítima não é aquele barato e simplista das novelas, mesmo ele servindo de modelo para dramalhões mexicanos – característica que já lhe rendeu um apelido entre os colegas de trabalho. O romantismo que tomou conta desse meu amigo abrange todo o significado da palavra. Ele é um sentimental. Sofre diante da vida por opção, e a enfrenta apenas com os sentimentos. Esforça-se para usar da razão, mas a sua imaginação, a crença na humanidade dos homens e as angustiantes descobertas artísticas e literárias sempre o distanciam de seus objetivos: colocar a cabeça no lugar, organizar os pensamentos e racionalizar, um pouquinho, o mundo. Traga seus cigarros insistentemente, buscando encontrar no tom cinza-azulado da fumaça as respostas para as injustiças incompreensíveis, para os seus prazeres materiais, espirituais e artísticos. Mesmo um fato justificável, por vezes transforma-se em uma injustiça. Identifica-se, também por opção, com os personagens tísicos dos autores russos. Compara-se a Raskholnikov, quando na verdade vive a vida como ela é, no melhor estilo rodrigueano. Refugia uma garrafa de vinho barato entre as camisas, meias e cuecas de seu guarda-roupa – companhia preferida nas noites amenas de outono, ou usada como remédio para as crises crônicas de desilusões amorosas.<br />A verdade é que esse meu amigo carrega para a mesa do bar boa prosa, histórias, descobertas e um companheirismo sem igual. Não teme assumir o que não sabe e nunca demonstra inveja das conquistas dos seus parceiros; pelo contrário, apóia, incentiva, opina e parabeniza. Brinca com as próprias desventuras amorosas, com a falta de grana e com as angústias imaginadas. Reclama de indisposição para beber ou sair de casa, mas sempre sai e não nega a saideira. Causa nos companheiros risos intermináveis, daqueles que fazem chorar e deixam a barriga doendo. Ouve os conselhos dos colegas com a mesma atenção que damos aos analistas quando encerram a sessão, pensa sobre o assunto e depois de semanas dá notícias de que voltou a cometer os mesmos erros. Ele não sabe, mas de tísico e triste não tem nada. Ama a vida e já está descobrindo a sombra das árvores.<br />Para a nossa sorte, esse amigo não nasceu no século XVIII ou XIX. Uma companhia como essa precisamos arrastar para a velhice, entregar filho para o batizado, dividir a conta do churrasco de domingo e ligar quando o carro quebra e você deixou o seguro atrasado três meses.</div>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com43tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-53136794193617561302009-05-15T13:14:00.001-03:002009-05-15T13:16:47.423-03:00Desilusões de um foca<div align="justify">Aspirante a jornalista sai pelas ruas do bairro do Butantã, redondezas da Universidade São Judas Tadeu, em busca de algo interessante para escrever uma pequena matéria. Um exercício do curso que parecia simples, após alguns “nãos” mudou de figura, o que não desanimou seu espírito de aprendiz.<br />Saiu entusiasmado e logo parou para tentar convencer um senhor que varria a calçada da faculdade, cantando com uma tranqüilidade sem igual. Aborda-o, explica do que se trata e pede poucos minutos de atenção para “algumas perguntas”. O cidadão que cantava se calou imediatamente e com muita timidez, quase fugindo, desculpou-se e recusou ajudá-lo.<br />O garoto agradece e não desiste. “Era só o primeiro”; continuou sua caminhada e lembrou-se de uma banca de jornal que chamava sua atenção pelas revistas desbotadas na vitrine, a pouca quantidade de produtos no comércio e o fato de que lá não é vendido nenhum tipo de cigarro.<br />Aproxima-se cordialmente do senhor sério, que o olhava com desdém, e novamente é recebido com um não. Dessa vez, o motivo era de que o comerciante se disse “novo nessa região” e não tinha “nada para falar”.<br />Já iniciando seu processo psicológico de preocupação, agradeceu e saiu em busca de outra fonte.<br />Avista a lanchonete “Os Cobras” e percebe a placa que informa a fundação do pequeno restaurante: “desde 1935”. Os olhos brilharam, entrou com a pauta pronta, em mente; “Será que ainda é do mesmo dono? Ele está ai? Só trabalham familiares? Como era a região quando o restaurante foi criado?”.<br />Entrou com um sorriso no rosto, se identificou da melhor maneira possível e a “Dona Maria” lamentou não poder ajudá-lo “porque tinha faltado uma funcionária e ainda estava temperando os bifes do almoço”. O estudante, cometendo um erro de ética da profissão, insiste com sua abordagem, pois não queria perder sua matéria. Mais uma tentativa em vão, só piorou sua imagem e saiu novamente para a rua com a conclusão de que não poderia assumir a postura errônea em uma, possível, nova oportunidade.<br />Desanimado e inseguro não conseguiu nenhum personagem disposto a colaborar com o seu trabalho, mas voltou satisfeito, pois aprendeu que o ofício não é tão simples quanto parece. Seu laboratório o fez perceber que, na verdade, ele foi o personagem da história.<br />Voltando para a sala, feliz com a experiência, suspirou: “nem sempre o mar está para peixe” e sentou-se pensando que o importante é não desistir.</div>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-1647960560566660802009-05-07T00:34:00.002-03:002009-05-07T00:42:33.707-03:00Use Filtro Solar<div style="text-align: justify;">Em aula, o professor dividiu com a turma um "filme" que, provavelmente, já é conhecido por muita gente. Incluindo você que está lendo minha postagem.<br />O conheci há alguns anos e nunca tive uma opinião sobre. Talvez pelo pré-conceito de tê-lo visto sendo apresentado por Pedro Bial. Besteira.<br />Porém, na aula, entre as pescadas e lágrimas de olhos com muito sono, decidi públicá-lo aqui em "<span style="font-style: italic;">Uns tragos...</span>".<br />O professor explicou que foi criado pela agência de publicidade DM9 há muitos anos atrás para uma festa de debutante, por um cara chamado Mary Schmich e só após alguns anos foi liberado que a Globo fizesse a versão traduzida na voz do jornalista.<br /><br />Segue, abaixo, o texto "Use filtro solar".<br /><br />Se gostar, pesquise no You Tube a versão em video. Pode ser agradável.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold; font-style: italic;">Use Filtro Solar</span><br /><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"></span><br /><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"></span></div><div style="font-style: italic; text-align: justify;">Nunca deixem de usar filtro solar!<br />Se eu pudesse dar uma só dica sobre o futuro,seria esta: use filtro solar.Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar<br />estão provados e comprovados pela ciência;<br />já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante.<br /><br />Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês.<br />Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude.<br />Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder<br />e a beleza da juventude até que tenham se apagado.<br />Mas, pode crer, daqui a vinte anos, você vai evocar as suas fotos e<br />perceber de um jeito - que você nem desconfia hoje em dia<br />quantas tantas alternativas se lhe escancaravam à sua frente,<br />e como você realmente tava com tudo em cima.<br />Você não é tão gordo(a) quanto pensa!<br /><br />Não se preocupe com o futuro.<br />Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação<br />é tão eficaz quanto mascar chiclete<br />para tentar resolver uma equação de álgebra.<br />As encrencas de verdade de sua vida tendem a vir de coisas que nunca<br />passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às quatro<br />da tarde de uma terça-feira modorrenta.<br />Todo dia enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.<br />Cante.<br /><br />Não seja leviano com o coração dos outros.<br />Não ature gente de coração leviano.<br />Use fio dental.<br />Não perca tempo com inveja.<br />Às vezes se está por cima,<br />às vezes por baixo.<br />A peleja é longa e, no fim,<br />é só você contra você mesmo.<br />Não esqueça os elogios que receber.<br />Esqueça as ofensas.<br />Se conseguir isso, me ensine.<br />Guarde as antigas cartas de amor.<br />Jogue fora os extratos bancários velhos.<br />Estique-se.<br /><br />Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida.<br />As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam,<br />aos vinte e dois, o que queriam fazer da vida.<br />Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem.<br />Tome bastante cálcio.<br />Seja cuidadoso com os joelhos.<br />Você vai sentir falta deles.<br />Talvez você case, talvez não.<br />Talvez tenha filhos, talvez não.<br />Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.<br />Faça o que fizer, não se auto-congratule demais, nem seja severo demais com você.<br />As suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo.<br />É assim pra todo mundo.<br /><br />Desfrute de seu corpo.<br />Use-o de toda maneira que puder. Mesmo.<br />Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele.<br />É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.<br />Dance.<br />Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto.<br />Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.<br />Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio.<br /><br />Dedique-se a conhecer os seus pais.<br />É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez.<br />Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado<br />e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.<br />Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons.<br />Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas<br />e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar,<br />mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem.<br /><br />More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.<br />More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.<br />Viaje.<br /><br />Aceite certas verdades inescapáveis:<br />Os preços vão subir. Os políticos vão saracotear.<br />Você, também, vai envelhecer.<br />E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem,<br />os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes,<br />e as crianças, respeitavam os mais velhos.<br />Respeite os mais velhos.<br />E não espere que ninguém segure a sua barra.<br />Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada.<br />Talvez case com um bom partido.<br />Mas não esqueça que um dos dois pode de repente acabar.<br /><br />Não mexa demais nos cabelos senão quando você chegar aos quarenta<br />vai aparentar oitenta e cinco.<br />Cuidado com os conselhos que comprar,<br />mas seja paciente com aqueles que os oferecem.<br />Conselho é uma forma de nostalgia.<br />Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo,<br />repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.<br /><br />Mas no filtro solar, acredite!<br /></div>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3362746213978958461.post-18777616058703586572009-04-29T21:12:00.002-03:002009-04-29T21:22:32.423-03:00"Por purificação..."<div style="text-align: justify;">Ari passou dias distante dos afazeres da grande cidade. Dedicou-se totalmente ao cuidado de suas terras. E<em></em>xperimentou algumas plantações. Queria saber o que nasceria por aqueles lados, pretendia cultivar.<br /><br />Cansou e voltou para a vida turbulenta das buzinas e fumaças. Na biblioteca de Babel conheceu novos exemplares sobre pensamentos emergidos e sublimados durante o cuidado com adubos, pegou-os, colou-os debaixo do braço e procurou uma boa sombra para iniciar o exercício de leitura.<br /><br />Encontrou e ficou ali, "meio deitado-meio sentado", entre a grande raiz imponente que saltava o chão mas não perdia a firmeza e a personalidade, com os livros no colo, protegendo-se dos raios solares que poderiam atrapalha-lo, durante horas. A leitura o envolvia.<br /><br />Levantou-se, saiu do processo cartático e sorriu... O cheiro da árvore era bem agradável.<br /></div>Silvio de Assishttp://www.blogger.com/profile/04751639001312512657noreply@blogger.com3