
No último dia 6 de maio, em diversos países do mundo, ocorreram as marchas em prol da discussão para pleitear a legalização da maconha.
No Brasil, alguns que são a favor do uso da erva se organizaram e decidiram participar também do evento.
Confesso não ter acompanhado muitas matérias sobre o andamento desse ato, porém, devido ao assunto ter sido muito abordado pela maioria dos veículos de comunicação, não foi díficil saber que na maioria dos estados a marcha foi vetada.
Ontem, assisti o programa Debate MTV, apresentado por Lobão, onde a pauta de discussão era a questão sobre a proibição do protesto pelas autoridades brasileiras. O tema do programa era: "O uso da maconha no Brasil: discutir ou oprimir?"
Apesar de me irritar bastante com o apresentador que em nenhum momento foi imparcial, atacando claramente o 'lado' de quem era contra a marcha e a favor da proibição de qualquer manifestação com esse intuito, acompanhei o andamento do programa onde ocorreu uma discussão super interessante sobre essa questão.

No programa estavam, a favor da marcha, um dos organizadores da marcha o sociólogo Renato Cinco, uma estudante e um advogado, no lado oposto estavam um ex-major da PM (se não me engano) e atual deputado do Partido Verde (PV), um psicólogo e um ex-dependente químico que hoje em dia ajuda pessoas que desejam parar de consumir drogas.
Foram usados muitos argumentos em ambos os lados, mas não vou ficar descrevendo a discussão, pois essa não é minha idéia principal para esse post.
A questão de eu ter pensado em escrever sobre isso é para expor minha opinião e, se possível, ver qual é a opinião de você que esteve por aqui e teve a pasciência de ler, rs.
Não sou a favor da legalização, acho que seria uma atitude muito arriscada para o país e que poderia até abrir portas para que o consumo de outras drogas sejam alavancadas pela questão da liberação da maconha, penso dessa maneira devido a um comentário do psicólogo que foi ao debate, onde explicou que é comprovado que algumas pessoas, na maioria jovens, usam a maconha por ser algo proibido, como uma espécie de tentativa de posicionamento em alguma tribo ou esfera de amigos, "para se mostrar melhor". A legazação poderia trazer os jovens, principalmente, a consumir mais cocaína, por exemplo, que é uma droga que pode ser considerada mais perigosa.

Apesar disso, o outro lado da mesa levantou uma questão, também, interessantíssima. Sergundo eles, "não se tem notícias de que a maconha tenha causado algum acidente ou gerado atos violentos em seus usuários, por sua vez o álcool é pivô de muitos problemas na sociedade, pois causa acidentes de trânsito, deixa as pessoas com atitudes mais agressivas e é um dos fatores que contribuem para a desestabilização de algumas famílias".
O ex-major disse ser completamente contra a marcha, pois "era uma apologia ao crime, a morte e as drogas", já o organizador da marcha retrucou dizendo "que estava expresso nas leis que os cidadãos tem o direito de expressão e de discutir a mudança de algumas leis vigentes no país". O deputado do PV concordou, porém disse "que nesse caso não pode haver permissões para essas marchas, pois estariam contribuindo com os traficantes, que financiam esses atos para continuar destruindo lares... Pois as pessoas não imaginam quantas crianças morrem devido ao tráfico de drogas" e etc.
Lobão, o ótimo músico e péssimo apresentador (na minha opinião imparcial, [risos!]), retrucou -o com uma questão também interessante para ser comentada, pois na opinião dele "os traficantes não apoiam a marcha, pois se a maconha for legalizada, seu mercado perderá muito, pois as pessoas não os procurarão mais, comprarão em bancas de jornais e tabacarias".
Resumindo tudo...

Sou contra a legalização, pois acredito que isso não diminuirá a ação dos traficantes, pois os mesmos não vivem só de vender maconha, e da mesma maneira que o psicólogo afirmou, com a maconha liberada o uso de outras drogas ilícitas aumentará, porém fiquei indignado com a proibição da marcha, pois é uma atitude democrática onde as pessoas tem o direito de promovê-la.
Marchar a favor da legalização da maconha não pode, porque usar drogas e fazer apologias ao consumo delas é crime, ok.
Os manisfestantes juravam não estar fazendo apologia e sim alegavam estar pedindo a discussão do assunto, revisão das leis, pois a erva pode ser usada como remédio, por exemplo.
Apesar de duvidar um pouco de que só estavam pedindo a revisão da lei e não fazendo apologia ao uso, ok também.
Matar é crime?
Sim...

Então porque liberaram manifestações que são a favor do aborto no dia 28/05/2007 ás 16h00 em frente a Praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo?
O álcool e o cigarro são os um dos principais causadores de dependência no Brasil e até de morte. Ok e daí?
Porque não proibir o consumo de álcool e cigarro ou invés de legalizar a maconha, se todos são considerados drogas e que as pesquisas indicam os dois primeiros (cigarro e álcool) como maléfico na maioria dos casos?
Não, magina...
A maconha, trás dependência...

Tá o álcool não... meu avô teve três derrames e faleceu porque o destino queria assim mesmo, não foi porque bebia mais que uma garrafa de pinga por dia. Não era viciado, bebia socialmente.

O cigarro também não... estou desempregado, fudido sem dinheiro, mas nunca sem cigarro, por quê?
Há... sei lá... porque é baratinho... Não é! Mentira!
Não sou a favor e nem contra o aborto, acho que depende muito da situação, mas sou a favor das manifestações, pois "vivemos em um país democrático" (Olha que frase bonita!).
Porque os maconheiros e simpatizantes não podem marchar a favor da "discussão da lei que proibe o uso da erva Cannabis"?

Usar drogas é crime... matar também...
E não estou dizendo que é só o aborto que mata...
FALSO MORALISMO!
Já diria Tom Zé: "Somos mais uns sobreviventes dessa politimerdia".