Subiu as escadas com as mão suadas, apesar do frio, fechando o guarda-chuva às pressas e pensando no que ia dizer, se estava vestido adequadamente e como seria sua vida de trabalhador dali para frente. Entrou e se identificou no balcão de informações como o candidato à vaga de auxiliar. Pediram para que aguardasse alguns minutos.
O cartório estava cheio, com calafrios no estomâgo, sua visão periférica estava temporariamente desativada e não encontrou nenhum lugar para se sentar. Ficou de pé em frente a porta e ao balcão de atendimento (autenticações e reconhecimento de firma).
Notou que os funcionários, lá do outro lado, o olhavam com curiosidade, faziam comentários e sorriam. Ficou mais inseguro e sua gastrite nervosa, que não falta em ocasiões como essa, se manifestou. Tentava adivinhar do que riam, achava que era por causa da roupa. Não se sentia avontade em roupas sociais e saiu de casa acreditando que estava bem vestido com sua mais bela calça, verde musgo, de barra italiana, pois a outra - só tinha duas - era preta e estava desbotada, além de apertada. Sua camisa era cinza e brilhava, era de seda, usava-a para ir às baladas da época que exigiam esporte fino e não autorizavam a entrada com boné, seu melhor amigo. Por alguns instantes pensou que era por isso que riam, sem o boné bordô ou o azul, ficava totalmente nú, com aquele cabelo disforme e crespo.
Depois achou que não era aquilo, tinha cortado há poucos dias, raspado na máquina nº2 e eles não o conheciam com ou sem o adereço, sua segunda pele, não poderiam achar tão estranho, a ponto de rir, pois era o primeiro contato.
seus pensamentos voltaram-se à sombrinha preta que pingava desenfreadamente no chão do recinto e que tinha uma aste quebrada, não dobrava, o que a deixava praticamente aberta, mesmo estando fechada.
Sentia suas orelhas quentes e não aguentava mais aquela situação, queria ser chamado logo para a entrevista, para terminar logo com a agonia.
Olhava disfarçadamente para cada rosto que o olhava do outro lado, através dos quadrados do balcão e após alguns longos minutos foi chamado para sentar-se na mesa de procurações, em breve começaria a entrevista com o oficial...
O cartório estava cheio, com calafrios no estomâgo, sua visão periférica estava temporariamente desativada e não encontrou nenhum lugar para se sentar. Ficou de pé em frente a porta e ao balcão de atendimento (autenticações e reconhecimento de firma).
Notou que os funcionários, lá do outro lado, o olhavam com curiosidade, faziam comentários e sorriam. Ficou mais inseguro e sua gastrite nervosa, que não falta em ocasiões como essa, se manifestou. Tentava adivinhar do que riam, achava que era por causa da roupa. Não se sentia avontade em roupas sociais e saiu de casa acreditando que estava bem vestido com sua mais bela calça, verde musgo, de barra italiana, pois a outra - só tinha duas - era preta e estava desbotada, além de apertada. Sua camisa era cinza e brilhava, era de seda, usava-a para ir às baladas da época que exigiam esporte fino e não autorizavam a entrada com boné, seu melhor amigo. Por alguns instantes pensou que era por isso que riam, sem o boné bordô ou o azul, ficava totalmente nú, com aquele cabelo disforme e crespo.
Depois achou que não era aquilo, tinha cortado há poucos dias, raspado na máquina nº2 e eles não o conheciam com ou sem o adereço, sua segunda pele, não poderiam achar tão estranho, a ponto de rir, pois era o primeiro contato.
seus pensamentos voltaram-se à sombrinha preta que pingava desenfreadamente no chão do recinto e que tinha uma aste quebrada, não dobrava, o que a deixava praticamente aberta, mesmo estando fechada.
Sentia suas orelhas quentes e não aguentava mais aquela situação, queria ser chamado logo para a entrevista, para terminar logo com a agonia.
Olhava disfarçadamente para cada rosto que o olhava do outro lado, através dos quadrados do balcão e após alguns longos minutos foi chamado para sentar-se na mesa de procurações, em breve começaria a entrevista com o oficial...