quinta-feira, 23 de abril de 2009

A loquaz companhia tentava fazê-lo entender. Já não era possível, pois seu universo não estava interligado ao solilóquio que seguia sobre o quão positivo poderia ser, para o ponto de vista cultural e político, o acontecimento do grande evento esportivo que chegaria em breve à sua cidade.

Um discursso inadequado saltou de sua falante menos culta pedindo para que se calasse. Não aguentava mais que seus devaneios fossem interrompidos por algo sem contexto ao horizonte que a mente alcançou.

Prefereiu não dividir, não tinha motivos para fazê-lo.
Levemente arrependido de sua postura pouco cortês à alguém que tentava distraí-lo, tratou de buscar um assunto com a intenção de não ser questionado sobre sua distância. - "Já ouviu falar de Norman Rockwell? Vi uma de suas obras que me disse algo sobre como nos enxergamos, alegando que não existe um eu "Eu", mas visões de "Eu" que são mutáveis dependendo de como o notamos". Algo que saiu de súbito, sem muito embasamento e reflexão, precisava iniciar...

O intelectual, com um sorriso agradável, confirmou seu conhecimento sobre autor e obra e iniciou um novo discursso e nem se deu conta que o outro já não participava mais do diálogo e tinha retornado ao seu mundo. Ao seu Eu.

3 comentários:

Anônimo disse...

Acompanho seu blog desde o início, escreve cada vez melhor...

Esse texto realmente me impressionou.

Parabéns!!!

Silvio de Assis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Silvio de Assis disse...

Olá, muito obrigado pelas visitas e por ter gostado da postagem. Fico feliz quando isso acontece, rs.

Caso queira se identificar, fique avontade, rs.